ela abre a boca e vejo carne crua
manchas brancas sobre vermelho
ligamentos
breves cordões de gordura
ela abre a boca
e tudo é invólucro de eras
passadas em desertos frios
é noite é vento
ela abre a boca e devora a lua
devora os braços
tritura o cervo o cordeiro
suja-se de terra e lama
e a carne saindo da boca
é imagem de mulher

“oráculo”, poema do meu livro “Um buraco com meu nome“.

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