Mini Biografia

Nascida em Juazeiro do Norte, na região do Cariri (CE), em 12 de Fevereiro de 1991, Jarid Arraes é escritora, cordelista, poeta e autora do premiado “Redemoinho em dia quente“, vencedor do APCA de Literatura na Categoria Contos, e dos livros “Um buraco com meu nome“, “As Lendas de Dandara” e “Heroínas Negras Brasileiras em 15 cordéis“. Atualmente vive em São Paulo (SP), onde criou o Clube da Escrita Para Mulheres e tem mais de 70 títulos publicados em Literatura de Cordel.

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Biografia Completa

Desde a infância teve forte contato com a literatura, sobretudo pela influência do seu avô, Abraão Batista, e de seu pai, Hamurabi Batista, ambos cordelistas e xilogravadores (artistas de xilogravura). Cresceu entre manifestações de cultura tradicional nordestina, frequentando o Centro de Cultura Popular Mestre Noza, associação de artesãos que existe até hoje, mas suas influências literárias não se limitaram ao cordel; leitora de grandes poetas, buscava os livros de Carlos Drummond de Andrade, Paulo Leminski, Manuel Bandeira e Ferreira Gullar como principais interesses. No entanto, foi percebendo, enquanto crescia, que seu acesso a obras de escritoras era precário, o que lhe trouxe motivação para pesquisar e conhecer mulheres que marcaram a história não só como autoras e poetas, mas nas mais diversas áreas do conhecimento, principalmente mulheres negras, que percebia serem ainda mais esquecidas das escolas e mídia.

Começou a publicar seus escritos aos 20 anos de idade, no blog Mulher Dialética. Logo passou a colaborar em blogs como o Blogueiras feministas e o Blogueiras Negras e em 2013 se tornou colunista da Revista Fórum, onde manteve o blog Questão de Gênero até Fevereiro de 2016. Na Revista Fórum, atuava também como jornalista e escrevia matérias sobre as mais diversas ramificações dos Direitos Humanos, como feminismo, movimentos de luta contra o racismo, direitos LGBT, entre outros.

Jarid morou em Juazeiro do Norte/CE até 2014 e participou de coletivos regionais, como o Pretas Simoa (Grupo de Mulheres Negras do Cariri) e o FEMICA (Feministas do Cariri), o qual fundou. Em dezembro de 2014 mudou-se para São Paulo, onde passou a fazer parte da ONG Casa de Lua até o seu fechamento.

Em Julho de 2015, Jarid Arraes publicou As Lendas de Dandara, seu primeiro livro em prosa e em edição independente que contou com ilustrações de Aline Valek. Em menos de 1 ano, a tiragem foi completamente esgotada e a obra foi republicada em dezembro de 2016 pela Editora de Cultura. O livro nasceu da necessidade de resgatar a história de Dandara dos Palmares, contada como esposa de Zumbi dos Palmares, e tem a proposta de misturar lendas e fantasia com fatos históricos sobre a luta quilombola no período da escravidão no Brasil.

Jarid Arraes também criou o Clube da Escrita Para Mulheres em outubro de 2015, realizando encontros periódicos com o objetivo de encorajar mulheres que escrevem ou desejavam começar a escrever. O Clube da Escrita Para Mulheres é um projeto gratuito que se expandiu em 2017 e se tornou um coletivo contando com a participação de outras integrantes e escritoras.

Além do livro As Lendas de Dandara, suas obras mais conhecidas são os cordéis da Coleção Heroínas Negras da História do Brasil; neles, são resgatadas biografias de grandes mulheres negras que marcaram a história brasileira, como Antonieta de Barros, Carolina Maria de Jesus, Tereza de Benguela, Laudelina de Campos Melo, entre outras. A autora também possui cordéis infantis, como “A menina que não queria ser princesa” e “A bailarina gorda” e “Os cachinhos encantados da princesa”.

Em Junho de 2017, Jarid lançou o livro “Heroínas Negras Brasileiras em 15 cordéis” pela Pólen Livros e realizou eventos de lançamento em São Paulo e no Rio de Janeiro, ambos recorde de vendas da Blooks Livraria com exemplares totalmente esgotados. Ainda em 2017, no dia 12 de outubro, a atriz e cantora Thalma de Freitas apresentou um espetáculo musical interpretando o livro “Heroínas Negras Brasileiras” na casa Jazz nos Fundos localizada em São Paulo/SP.

Em Julho de 2018, Jarid Arraes lançou seu primeiro livro de poesia, Um buraco com meu nome, publicado pelo selo Ferina, do qual foi curadora. O livro foi apresentado pela primeira vez durante a Festa Literária Internacional de Paraty. A autora foi também a responsável pelas ilustrações de sua obra.

O selo Ferina, da editora Pólen, foi lançado em Maio de 2018 com a proposta de publicar autoras brasileiras. Um Conselho Editorial de mulheres foi formado com profissionais de diversas áreas, incluindo a escritora Márcia Wayna Kambeba, autora indígena, a autora de literatura afrobrasileira Cidinha da Silva, a coordenadora do Museu Afro Brasil Neide Almeida, a designer e ilustradora Raquel Matsushita, a ilustradora venezuelana Valentina Fraiz, a jornalista Jéssica Balbino, a poeta Estela Rosa, a acadêmica em Literatura Heloísa Buarque de Hollanda, a livreira e coordenadora do projeto Leia Mulheres Juliana Gomes, a intelectual Jaqueline Gomes de Jesus e a jornalista Lizandra Magon de Almeida, da Pólen Editora. A formação inicial do Conselho Editorial do selo Ferina representou um marco em diversidade para o mercado editorial brasileiro, por trazer uma autora indígena, autoras negras, uma intelectual transexual, diversidade etária, entre outras.

Em Outubro de 2018, seu livro “As Lendas de Dandara” foi traduzido para o francês e publicado na França, sob o título de “Dandara et les esclaves libre” pela editora Anacaona. Jarid esteve em turnê de lançamento em cidades francesas e participou de eventos em Paris, na Maison de l’Amérique latine, em Rennes, em La Rochelle, no Musée du Nouveau Monde, e em Lille, na Le Bateau Livre, além de ter visitado liceus e universidades.

Em Julho de 2019, lançou seu primeiro livro de contos, “Redemoinho em dia quente”, pela Alfaguara (Companhia das Letras). O primeiro lançamento aconteceu durante a FLIP, para a qual Jarid foi convidada oficialmente.

Na Flip, Jarid Arraes participou da mesa “Vila Nova da Rainha” com participação da escritora cubano-americana Carmen Maria Machado com a mediação da jornalista Adriana Couto, e da mesa “Livro da cabeceira”, tradicional mesa de encerramento do evento. Dois livros de Jarid entraram na lista de mais vendidos da Flip: “Heroínas Negras Brasileiras em 15 cordéis” e “Redemoinho em dia quente”. Por sua participação de destaque na Flip, foi capa do caderno de cultura do jornal Estadão, foi entrevistada pela Folha de S.Paulo e saiu em revistas como a Marie Claire, Claudia e Vogue Brasil, como um dos nomes mais importantes da Flip e da literatura brasileira.

Também aconteceram eventos de lançamento de “Redemoinho em dia quente” no Rio de Janeiro e em São Paulo. No Rio, Jarid conversou com mediadoras do Leia Mulheres Rio de Janeiro na Livraria da Travessa Botafogo; em São Paulo, houve bate-papo com o escritor Marcelino Freire no Centro Cultural São Paulo, além de uma exposição fotográfica com fotos clicadas pela própria autora. As fotografias foram feitas em Juazeiro do Norte e Crato-CE, na região do Cariri, terra natal da autora e também onde os contos do livro “Redemoinho em dia quente” estão ambientados. A exposição fotográfica contou com a curadoria da fotógrafa Maria Ribeiro, que também editou as fotos.

As primeiras cinquenta pessoas que compraram o livro “Redemoinho em dia quente” no evento de lançamento ganharam um cordel inédito da autora. O folheto continha duas histórias: o primeiro sendo a versão completa de um cordel que faz parte de um dos contos do livro, “Asa no pé”, e o segundo – baseado livremente nos pensamentos existencialistas de Jean-Paul Sartre – intitulado “Patas vazias”.

Já colaborou com diversos portais e revistas, entre eles a Folha de São Paulo, as revistas impressas Quatro Cinco Um, Caros Amigos, Claudia, Cult e Blooks, teve poesias publicadas em veículos como a Revista Parênteses e a Revista Gueto, participou de uma antologia de poesias da TAG Experiências Literárias. Também escreveu o cordel Chega de Fiu Fiu em parceria com a ONG Think Olga e o titulo “Informação Contra o Machismo” em parceria com a Artigo 19.